Durante a tarde, e já satisfeito com as trutas capturadas até ao momento, resolvi explorar o rio Alva nas proximidades de Avô, pescando para montante da Ribeira de Pomares. O rio, encravado por entre campos agrícolas, fazia-me antever a existência de correntes com alguma profundidade, alguns poços e açudes de tamanho razoável e bons níveis de nutrientes e alimento para as trutas. As condições climatéricas eram razoáveis com o céu fortemente nublado e algum chuvisco circunstancial. Restava esperar que as margens, apesar de relativamente inclinadas, estivessem limpas de vegetação.
O que encontrei foram margens bastante inclinadas e cobertas com uma vegetação, que nalguns locais era verdadeiramente intransponível. Armado com o material de light spinning comecei a pescar na ponta de um açude, mesmo por cima do muro. Lançamento transversal a cortar o rio para a outra margem e recuperação no sentido do muro do açude, fazendo com a que a colher realizasse uma trajectória em U. O lançamento, infelizmente fica ligeiramente preso num ramo de árvore, mas nada que impedisse a recuperação. Mal a colher faz os primeiros 10 metros, vejo uma truta a arrancar da ponta do muro e a cravar-se violentamente na colher. Tinha cerca de 25 cm. Com o ramo a não permitir um contacto directo e imediato com a amostra, a truta dá 4 ou 5 cabeçadas fora de água e consegue-se libertar, cuspindo a colher 10 metros na direcção oposta. Que força! Truta nem vê-la, mas recuperei fácilmente a colher.
Animado por esta brutalidade, resolvi tentar a queda de água do açude, antes de seguir para montante. Apesar de várias tentativas, nada mexeu na queda de água. Havia profundidade e água suficiente, mas não existiam trutas activas por ali. Portanto, resolvi retomar o meu caminho para montante e pescar a corrente lenta que conduzia ao açude. Com uma profundidade média de 3 metros, largura média de 30 metros e uma extensão de cerca de 700 metros, esta corrente parecia-me o local ideal para o desenvolvimento de grandes exemplares.
Insisti de forma veemente em todos os locais. Não deixou nenhum centímetro desaproveitado. Mesmo em zonas fortemente cobertas de vegetação, fui forçando lançamentos dificeis, mas nada mexeu. Era o primeiro a passar por aquelas bandas nos últimos tempos, pois a vegetação estava intacta na maioria dos locais. Bem, não percebi porque é que não existia ali nenhuma truta. Num sítio daqueles parecia algo incrivel! Só quando cheguei à corrente mais intensa (foto da capa), é que consegui cravar e tirar uma pequena truta (foto abaixo) que foi rápidamente devolvida à água. A truta picou numa zona de água muito pouco profunda e na sequência de um lançamento para montante. Mas foi a única! Ainda deu uma boa luta, porque a corrente a ajudou bastante nos seus intentos para se libertar da amostra.
Um pouco desanimado pela falta de trutas numa zona tão extensa e promissora, e depois de duas horas de pesca, começou a esmorecer a minha vontade de continuar. Já tinha tirado umas boas trutas no Ceira e no Alva e de certa forma o dia já estava ganho. A visita á zona de Avô era sobretudo do tipo exploratório, mas não fiquei impressionado por aquilo que vi. Possivelmente, voltarei a visitar este local, mas talvez entrando um pouco mais para montante. Vale sempre a pena visitar esta bela povoação. As trutas devem estar por lá! Eu é que não dei com elas 🙂
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