De volta aos caniçais do Coura.

De volta aos caniçais do Coura.




Mais um fim de semana de Junho e mais uma pescaria às trutas a ser planeada. Com a possibilidade de alguma chuva miudinha e de um céu nublado, pensei que estava na altura de visitar o Rio Coura, desta vez próximo da foz, na zona de caniçais. Já por lá tinha andado no ano passado, mas sem muita sorte, portanto estava na altura de voltar.

Com um arranque tardio e depois fazer um troço da A28, cheguei ao local de destino por volta das 9,30 horas. Parei o carro ligeiramente para montante da Ponte de Caminho de Ferro e comecei a preparar o material. Cana de 1,2 metros, linha 0,12 da Fendreel e amostra Mepps Aglia nº 1. Como a maré estava baixa, não tive grandes problemas em me deslocar e como tanto, avancei logo para o ramo principal do Coura. Os primeiros lançamentos foram saindo e comecei a ver os primeiros cardumes de tainhas, que uma vez assustadas, faziam grandes correrias pelo rio espantando os outros peixes. Enfim, nada para contar nos primeiros minutos. A profundidade era bastante baixa e os peixes conseguiam ver-me desde longe.

Fui avançando ligeiramente, tentando alcançar o máximo de distância nos lançamentos. Só as taínhas é que mexiam. Entretanto cheguei à entrada de um pequeno braço de água que se ramificava por entre os caniços. Fiz ali um lançamento e mal a amostra vinha a chegar à entrada de água, levo um toque e vejo uma pequena truta cravada. Com calma, arrastei-a até à margem … era um primeiro exemplar do Coura com uma excelente cor prateada. Mediu cerca de 16 cm e foi rapidamente devolvida à água.

Com esta captura, fui avançando para montante e comecei a entrar numa zona com mais profundidade e alguns poços. As árvores surgiram juntamente com os caniços e a deslocação complicou-se. Mesmo assim, tentei meter-me dentro do rio. O primeiro lançamento saiu para a outra margem, entrando numa zona de seixo e quando comecei a recuperar levo logo uma pancada. Consigo cravar e com alguma destreza, trouxe a truta até às minhas mãos. Mais um belo exemplar de 18 cm. Sem hesitar, devolvi-o rapidamente à água.

Perante mais esta captura, entrei numa zona de mato denso. Tive que cortar caminho e deixar de pescar durante cerca de 300 metros, até chegar a uma pequena passagem junto da margem. Já eram quase 11h30 e eu tinha que parar a pescaria no máximo até às 12h30. Voltei então a entrar ao rio, mas desta vez com a margem bastante alta. Os lançamentos passaram a ser mais complicados.

Fiz os primeiros lançamentos perto de uma entrada de um ribeiro na outra margem. Levei dois toques, mas as trutas não se conseguiram cravar. Já deviam estar bem avisadas, mas de qualquer forma não pareciam ter grande tamanho. Seguidamente, entrei numa zona de grandes árvores e com uma margem acentuada de 3 metros de altura. Em baixo, encontravam-se duas árvores mortas com um pequeno carreiro entre elas. Lanço para montante, procurando encontrar uma linha de corrente que me trouxesse a colher para o único local onde ela podia passar. Mal começo a recuperar, levo um toque forte e vejo uma truta cravada a saltar fora de água. Ela desvia o fio para locais indesejáveis e eu tento ao máximo colocá-la na única zona entre as árvores. Impossível … a truta consegue puxar o fio para cima de um ramo e eu entro numa situação complicada. Como a truta não media mais de 20 cm, encostei o fio ao ramo e levantei a cabeça da truta ligeiramente fora de água. Dei um ligeiro puxão para tentar afastar o fio do ramo e quando ele balança ligeiramente, dou-lhe um toque mais forte para fazer a truta saltar sobre o ramo. Consegui :)! Perante isto, foi só içá-la a peso até à mão. Que lindo exemplar … pela luta que deu, mereceu ser devolvida imediatamente à água.

Com esta captura, já pouco faltava para terminar a pescaria. Ainda levei mais dois ou três toques em zonas de corrente de seixo, mas não eram grandes trutas, nem com forte vontade de morder. Já no final ainda vi uma truta de 25 cm, mas só acompanhou a amostra, mantendo sempre a distância de segurança.

Enfim, o dia estava feito. Voltei ao Coura na zona de caniçais e gostei imenso de brincar com as trutas da zona. Verifiquei que ainda existe uma boa população de trutas no local, mas também que a pressão de pesca também já fez alguns estragos. Não visualizei grandes exemplares, mas certamente que devem existir por ali alguns bons bichos. Hei-de voltar brevemente!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.