À pesca em dia de convívio …

À pesca em dia de convívio …




Dia de convívio na linda vila dos Arcos de Valdevez e como é tradição, não podia faltar uma pescaria às trutas. Como estava encarregue de organizar a logística não me preocupei muito com local onde eu iria pescar. A minha preocupação fundamental era distribuir os convidados pelas concessões e zonas do rio onde poderiam ter mais sorte. Alguns já conheciam bem o curso de água, e portanto, rapidamente se movimentaram para os respectivos locais de faina. Os outros beneficiaram do apoio de alguns guias que corajosamente se ofereçam para a tarefa e foram levados ao respectivo local.

Mesmo assim, ainda sobraram cerca de 10 pescadores que resolveram ficar na proximidade do local do petisco. Depois de alguns se direccionarem para montante, fiquei eu, o Miguel, o José Arieiro e o respectivo irmão. Iríamos bater o troço para jusante dentro da Vila dos Arcos de Valdevez, pescando a sequência de açudes e correntes até à última ponte sobre o rio. Eu e o Miguel arrancamos ao spinning, enquanto que o José Arieiro e o irmão começaram à minhoca.

O rio apresentava ainda um caudal generoso, fruto das chuvadas das últimas semanas, e a água não me parecia muito fria. Já durante o petisco, alguns pescadores tinham visto algumas trutas e outros peixes a deambular pelas margens, portanto era sinal de que havia actividade.

Eu ia equipado com a cana de 1,8 metros da Sert, carreto antigo da Cormoura (porque o novo da Daiwa voltou para a Decathlon … tenho que esperar um mês por ele!!) e Mepps Aglia nº1. Comecei a fazer os primeiros lançamentos no açude abaixo do parque de estacionamento. Nada mexeu. Entretanto, o irmão do José Arieiro mudou de margem e nós ficamos na margem direita. Eu e o Miguel batemos as correntes com alguma calma. Ele ainda mudou de margem quando chegou ao açude maior, mas eu mantive-me firme.

A primeira meia hora de pesca passou sem novidades, até que cheguei ao açude principal. Ali, vejo o José Arieiro a capturar a primeira truta do dia. Um lindo exemplar de 12 centímetros capturado à minhoca que ele tirou do anzol e devolveu à água. Já tínhamos facturado a primeira truta do dia.

José Arieiro - captura de truta - Vez

Enquanto ele se preparava para trocar de minhoca, eu resolvi bater a zona onde ele se encontrava. Faço o primeiro lançamento, e nada. Segundo lançamento, e também nada. O terceiro lançamento sai-me mais longo, deixo afundar e quando a amostra vem a meio caminho, junto às pedras do fundo, sinto um toque, cravo e vejo uma truta a saltar fora de água. A truta estava de tal forma endiabrada que nem tocava na água. Lá a segurei e com calma, fui arrastando-a até ao muro. Deixei-a dar as últimas cabeçadas e quando já estava a jeito levantei-a a peso com o 0,12. Sem novidade, só parou nas minhas mãos. Tinha capturado uma linda truta do Vez com 22 centímetros, que também voltou para a água (foto de capa).

Depois desta captura, que o Miguel visualizou do outro lado da margem, voltamos todos a atacar a margem direita. O José Arieiro mudou também para a amostra e fomos atacar os troços centrais da vila dos Arcos. Eu e o Miguel atacamos a zona que fica entre os açudes acima e abaixo da ponte romana, enquanto que o Zé foi atacar um pequeno troço mais para montante.

Eu e o Miguel palmilhámos ao milímetro a zona que nos coube. Vimos algumas trutas encostadas à margem, com um aspecto bastante picado e também fomos vendo alguns barbos de bom tamanho na proximidade da ponte romana. E foi aí também que se tirou uma boa truta. Depois de vários lançamentos por entre as redes de polo aquático, verifico que há uma truta a mosquear na outra margem. O Miguel tenta lançar, mas a amostra fica a meio do caminho. Eu forço o lançamento e coloco a amostra mesmo em cima do local onde a truta estava. Começo a recuperar e trás! A picadela é imediata e a truta fica logo bem cravada. Lá a fui trabalhando com jeito e sem perder a calma lá a trouxe até às minhas mãos. Mais um lindo exemplar do Vez, e este com cerca de 25 centímetros. Não demorou muitos segundos até regressar à água. Para um dia de convívio, a pesca estava a correr muito bem.

Truta 25 cm Rio Vez 2013

Depois desta captura, o José juntou-se a nós e resolvemos bater o último açude abaixo da ponte romana. Ali visualizámos um elevado número de trutas, mas muitas de pequeno tamanho. Aliás sempre que vou aos Arcos, existem sempre trutas debaixo da ponte romana e eventualmente consegue-se ver uma ou duas com bom tamanho. Desta vez não foi excepção. A ajudar à festa, tivemos o facto de o dia estar também a aquecer e havia já algumas eclosões no rio. Isto motivou que muitas trutas já estivessem a mosquear.

Assim, e até às 13h15, eu, o Miguel e o José batemos o troço abaixo da ponte romana e o respectivo açude. Levei, sem exagero, cerca de 10 toques, ainda tive três trutas pequenas cravadas, mas todas fugiram. Fiquei bastante bem impressionado com o número de trutas pequenas, mas também um pouco desapontado com a falta de trutas grandes. Claramente que a intensidade de pesca já tinha feito os seus estragos por ali. O Miguel também levou vários toques, mas sem conseguir nenhuma captura.

No final, e com o calor e a fome a apertar, resolvemos realizar o caminho de volta. Ainda encontramos o irmão do Zé que tinha capturado 6 trutas à minhoca, mas apenas duas acima da medida legal. Ainda ligamos aos outros pescadores e o panorama não era muito diferente. Algumas capturas substanciais em número, nalguns casos, mas na maioria poucas trutas e relativamente pequenas. Isto mesmo nas zonas concessionadas.

Enfim, o que interessava era passar uns bons momentos com os amigos e isso foi conseguido plenamente nas pescarias que realizamos. Eu diverti-me bastante na companhia do Miguel e do José Arieiro. Nada de concorrência e ganância atrás das trutas, mas sobretudo conversa e troca de experiências saudável 🙂 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.