Na minha última passagem pelo Gerês, não pude perder a oportunidade de fazer uma sessão de pesca ao spinning. Com a truta a poder ser pescada até final de Setembro, existia sempre a possibilidade de poder tirar algum exemplar e isso era algo que eu não podia deixar passar em branco. Assim, e mal cheguei ao local de pesca, resolvi equipar-me com o material de heavy spinning: cana Teklon Concept com 2,70 metros da Grauvell, carreto Daiwa Exceler 3000HA, fio Trabucco T-Force 0,18 e amostra nº3.
Os primeiros lançamentos saíram numa baía relativamente larga onde desemboca um pequeno rego de água. Já estavam alguns pescadores à carpa no local e portanto resolvi concentrar-me apenas muito perto da saída da linha de água. Em termos práticos, os primeiros lançamentos nada produziram e apenas serviram para desentorpecer os músculos. Só quando cheguei perto da saída da linha de água e apanhei algumas plantas a emergir da água é que tive alguma acção.
Na sequência de um lançamento, tive um pequeno toque. Para tirar as dúvidas, resolvi lançar para o mesmo local e mal a amostra andou os primeiros metros, senti uma cravadela e levantei a cana. O que quer que fosse que tivesse entrado, tinha ficado preso, no entanto, não havia qualquer luta do outro lado. Cheirou-me logo a lucioperca e efectivamente esse facto confirmou-se quando o peixe chegou aos meus pés, depois de ter sido arrastado durante quase todo o percurso. Só mesmo quando eu estava para o tirar fora de água é que deu duas cabeçadas, mas já de pouco adiantou. Um lucioperca de 36 centímetros já cá cantava! Não era truta, mas era o que havia!!
Depois desta captura, voltei a insistir na saída do rego de água e quase imediatamente cravo outro lucioperca de cerca de 26 centímetros que também acaba nas minhas mãos. Pensando ter dado com um cardume, resolvi meter um rapala X-Rap de 8 centímetros para melhorar a minha performance, já que o lucioperca prefere peixe artificial à colher. O problema foi que o cardume não existia e portanto andei uma hora a coar água sem qualquer resultado.
Já farto de coar água, resolvi mudar de sítio e procurar águas mais frias, onde as trutas pudessem estar mais activas e mais perto da superfície. Com as trutas outra vez como alvo principal, voltei à colher nº3.
Com uma breve passagem de carro pela margem, identifiquei um local onde as águas deveriam estar mais frias e parei. Desci a margem e disparei o primeiro lançamento. Começo a recuperar e quando a amostra vem a meio caminho, senti uma prisão na linha e cravei. Do outro lado, vi uma truta a dar luta! Lá a tentei segurar com calma e fui-a trabalhando para evitar ramos secos e outros obstáculos. Como não era uma truta de grande tamanho, não demorei muito a colocá-la ao meu alcance. Uma linda truta de 27 centímetros, bastante bem alimentada.
Depois desta captura, voltei a insistir no mesmo local. Durante meia hora fui palmilhando a zona e finalmente, já no final e perto de uma entrada de um rego, lancei mesmo para o rego e mal a amostra começou a rodar, outra truta cravada. Com menor tamanho do que a anterior, não demorou muito a pô-la ao meu alcance. 25 centímetros …
Animado por estas capturas, terminei o troço a que me tinha proposto, mas nem mais um sinal. Parecia que só estavam duas trutas por ali.
Entretanto, o sol foi-se colocando a pique no céu e o calor foi aumentando diminuindo ainda mais as minhas chances de capturar qualquer truta. Portanto, mudei de técnica, voltei ao rapala para tentar mais uns luciopercas. Isto de pouco adiantou, já que apenas capturei um lucioperca de 25 centímetros.
No global, fiquei satisfeito com esta pescaria na zona do Gerês. Tal como esperado, a densidade de trutas era reduzida, mas pelo menos consegui-lhes ver a cor, o que já não é nada mau. Também comprovei que estão bem alimentadas e portanto apresentam boas condições para uma época de desova bem conseguida, desde que apareça a chuva. Se puder, ainda lá volto a passar antes do final de Setembro para mais emoções …
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