Num dia quente de finais de Julho, resolvi mais uma vez abrir caminho até um local que já há muito tempo que não visitava: a Barragem de Touvedo. Esta é uma massa de água que já me proporcionou pescarias bastante interessantes em termos de trutas e que muitas vezes oferece surpresas muito agradáveis, no que toca a exemplares de bom tamanho. Só é preciso saber escolher os dias e conseguir apanhar essas boas trutas em níveis de actividade razoáveis.
Efectivamente, a barragem de Touvedo começou a deixar de ser uma opção à medida que foi surgindo um emaranhado de legislação que torna a pesca muito complicada. Primeiro, saiu o plano do Parque Nacional da Peneda Gerês a proibir a pesca desportiva em águas livres e depois foram criadas duas concessões de pesca desportiva nas margens da barragem. Tudo isto levou a uma grande confusão sobre a gestão dos direitos de pesca e, sobretudo, sobre as delimitações territoriais do que é concessão, zona proibida e zona livre. Portanto, para poder pescar neste local, tive que consultar três documentos diferentes e rezar para que tudo estivesse correcto e relativamente actualizado.
Considerando que estávamos em final de temporada, a minha ida à barragem era mais para matar saudades do que efectivamente para tirar trutas. Equipei-me com material de heavy spinning, mas mantive a cana de 1,8 metros, pois quando cheguei ao local fiquei enormemente surpreendido pelo elevadíssimo nível da albufeira. Era quase impossível pescar na maioria das margens e nas zonas onde se podia pescar o espaço para lançar não era muito generoso, portanto, havia que pescar com canas curtas.
Os primeiros lançamentos saíram junto à captação de água. Via-se um que outro peixe a mexer à superfície, mas nada de muito interessante. Ciprinídeos e uma que outra truta pequena a darem a volta matinal da praxe.
Comecei com uma colher e depois mudei para o rapala. Nos primeiros 15 minutos, não tive nenhum toque nem vi nenhum peixe. Depois, e na sequência de um lançamento mais longo, lá vi dois pequenos achigãs atrás do rapala, mas mantendo uma boa distância de segurança, o que me pareceu bastante caricato. Facto esse que foi explicado rapidamente, pois em poucos minutos notei que na zona onde estava não faltava pressão de pesca. Consciente desse facto, insisti como pude e ainda mudei para o Black Minnow, mas nem sinal de peixe. A barragem parecia um deserto e via-se um que outro movimento à superfície, que me parecia ser truta pequena, mas não consegui confirmar.
Enfim, já a pensar em mudar de sítio, cheguei a uma zona encoberta junto a uma entrada de uma linha de água. Estava armado com um rapala X-Rap. depois de ter tentado praticamente de tudo. Lançamento de cerca de 7 metros por entre as árvores, começo a recuperar com calma, a amostra pára à minha frente e de repente vejo um pequeno peixe a atacar e cravo. Salta para fora de água um pequeno achigã com cerca de 12 centímetros que foi rapidamente devolvido à água.
Um pouco animado pela captura, resolvi insistir no local e voltei a tirar mais dois achigãs pequenos e tive outros tantos toques. Tudo de muita pequena dimensão e num sítio bastante apetecível. Portanto, isto fez-me alterar a estratégia. Já sabia que Touvedo era muito difícil em dias de sol. Ainda por cima com uma pressão de pesca muito elevada na zona livre, só um milagre é que me podia safar, mas eu não estava com paciência para esperar. Talvez numa próxima oportunidade … Vamos ver quando é que as concessões começam a funcionar como deve de ser e depois voltarei a fazer uma visita, mas com outras condições 🙂 🙂
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