30 minutos em mais um buraco do Coura

30 minutos em mais um buraco do Coura

Depois de um inicio de jornada na Barragem de Covas, na inestimável companhia do Sr. Eng. Zé Pintalhão, estava na altura de ir tirar uma boa truta do Coura, num daqueles famosos sítios secretos que poucos conhecem! Como tal, resolvemos pegar no carro e fazer alguns quilómetros. A ideia era entrar num sitio que eu conheço muito bem, constituído por um poço com uma corrente relativamente profunda de cerca de 200 metros. Para entrar no local, tem que se seguir um caminho de javali, mas vale bem a pena. Ali param sempre, entre 4 a 7 trutas, e algumas de bom tamanho … até aos 30 e poucos centímetros.

Atendendo às dimensões reduzidas do local a bater, a expedição não deveria demorar mais de 30 minutos. Aquele ia ser apenas um aperitivo para mais tarde irmos bater a sério os açudes do Sopo.

Entramos ao local, e mudei o meu material para light spinning, apostando no 0,12 da Fendreel e na Mepps Aglia nº1. Começaram a sair os primeiros lançamentos na zona terminal do poço. A ideia era bater para montante, terminando no inicio da corrente. Logo ali, verifiquei que a água estava muito abaixo daquilo que normalmente encontro em anos anteriores, no entanto isso não me desmoralizou. Comecei a contornar o cotovelo que o poço fazia e entrei numa zona em que existiam duas árvores caídas para dentro de água, com um intervalo de espaço reduzido entre ambas, que ia até à outra margem. Fiz um lançamento milímetrico a cair na outra margem, inicio a recuperação e quando a amostra já tinha feito os primeiros 5 metros, vejo uma boa truta, que estava totalmente camuflada, a arrancar debaixo da árvore a jusante … acelera e fecha a boca sobre a amostra. Cravei com força e começou o combate.

A truta tinha um bom tamanho e o 0,12 não me pareceu estar na melhor forma. Não me apetecia mesmo nada perder aquele exemplar. A truta arrancou para jusante, segurei-a dentro dos possíveis … depois para montante, também consegui fazer o mesmo. Tive que levar a linha ao limite nos dois casos, porque ela queria meter-se nas árvores. Entretanto, ao ver que nem para cima, nem para baixo, arranca para mim e mais uma vez tento segurá-la, recuperando e levantando a cana ao máximo. Não a podia deixar entrar nas raízes que estavam debaixo dos meus pés. Enfim, … um filme!! Durante três minutos, até suei para controlar a truta. Só quando a comecei a ver cansada é que me permiti algum descanso. Saquei de camaroeiro e lentamente consegui empurrar a truta lá para dentro. Já estava!! Que luta e que bicho espectacular. 30cm de pura garra e beleza. Um lindo troféu do Coura!

Com esta captura, pensei que ainda íamos ter mais alguma surpresa e como tal mandei o meu amigo Zé para montante. Queria que ele tirasse alguma truta 🙂 No entanto, a coisa não correu bem. Ele lá deixei uma amostra no cimo de uma árvore e eu passei novamente por ele para bater a corrente a montante, mas sem resultados práticos. Nada mexeu. Nem sinal de trutas!!

Não valia a pena continuar. Apenas iríamos coar água mais para montante, já que a falta de chuva condicionava bastante a pesca. Como tal, após meia de hora de faina, resolvemos regressar ao carro e atacar os açudes de Sopo. Talvez nos esperasse alguma surpresa por lá!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.