Depois de mais uma jornada matinal em grande no rio Coura, dirigi-me a um local onde eu sei que de vez em quando aparecem grandes exemplares. Já por lá tinha passado há algum tempo atrás e apenas vislumbrei dois exemplares de cerca de 30 centímetros que andavam com a boca cozida. Estava na altura de ver se algo se tinha alterado 🙂
Cheguei ao local por volta das 13h00 e o sol estava a pique. Nenhum carro nas redondezas e eu peguei no material de light spinning que já trazia da faina anterior. Cana 1,8 metros, linha 0,12 e Mepps Aglia nº1. Desci a margem com o máximo de cuidado possível para evitar ruídos e cheguei ao local desejado. Lançamento largo para a outra margem e vejo o primeiro movimento; uma truta de cerca de 27 cm arranca da minha margem e dá duas voltas à colher. Não lhe pareceu bem.
Entretanto, voltei a insistir e desta vez vejo uma truta de 30 centímetros a seguir a amostra e a virar à última da hora. Estava eu a tirar a colher da água, quando olho para a minha frente, para debaixo de um amieiro, e vejo uma sombra sinistra a olhar para cima. Era uma truta e com um excelente tamanho … Já me tinha topado, mas nem mexeu. Como o local era impossível de lançar, resolvi tirar algumas fotos (uma delas na capa deste post). A truta devia ter cerca de 40 e poucos centímetros e não mexeu um milímetro. Estava eu a observar este assunto quando de repente olho para a minha esquerda e vejo uma truta de cerca de 38 centímetros a nadar junto à margem e a ir de encontro a este bom exemplar. Quando a truta se aproxima, esta reage e expulsa a invasora do local. Eu devia estar certamente a sonhar …
Voltei rapidamente à pesca e nos próximos 6 lançamentos, vi sempre trutas atrás da Mepps Aglia, tendo mesmo levado um toque de uma truta de 30 cm que não cravou. Fiquei completamente cego. Nunca tinha visto uma concentração tão grande de trutas de bom tamanho num único local. Tanto insisti naquele local que me cansei … As trutas estavam manhosas … ou o isco não era o adequado. Resolvi então mexer-me para montante. Fui palmilhando a margem numa extensão de cerca de 200 metros e continuei a ver trutas. Algumas tinham menor tamanho, mas consegui identificar mais duas com cerca de 34 a 37 centímetro debaixo das árvores!! Estava a ser um pesadelo …, porque mesmo a pescar light não estava com sorte nenhuma.
Tanto insisti com a número 1 que me fartei e meti a linha 0,18 e uma Mepps Aglia Longcast nº4 dourada. Tinha que tentar pescar mais longe e mais profundo. As trutas eram grandes e não valia a pena insistir com o isco pequeno. Os lançamentos começaram a sair bastante largos à procura da outra margem. Isto porque já tinha também visto trutas de bom tamanho a manifestar-se na outra margem e não estava a ser muito eficaz.
Bem tentei durante cerca de meia hora com a número 4 e os resultados não apareceram. Não estava acertar com a formula mágica.
Já sem grande motivação, voltei ao local de partida e lá estava aquela grande truta debaixo da árvore. Desta vez, forcei o lançamento para o mais longe possível e quando a amostra vem a passar no meio do rio, sinto um toque e vejo uma boa truta a perseguir a amostra, mas sem cravar. Tinha quase 40 cm. Outro lançamento, e mais um toque no centro, sem eu ver o que era. Outro lançamento, e a mesma história.
Finalmente, e já desesperado, lanço outra vez, recupero, sinto um toque a meio do rio, vejo um bom lombo a seguir a colher até perto da minha margem e afrouxo a recuperação. Quando a colher nº 4 diminui a velocidade, a truta abre a boca e começou a luta. A truta quando se sentiu cravada, ficou furiosa e não parou de saltar fora de água. Apesar do fio ser 0,18, era um bom exemplar e eu temi logo pela saúde do fio. Lá a fui controlando. Ela ainda tentou meter-se debaixo dos ramos da minha margem, mas usei força na linha qb. Quando notei que já a consegui-a manter com a cabeça fora de água, saquei de camaroeiro, meti-o ao alcance da truta e depois de 5 passagens, tirei um lindo bicho imponente do Coura. Fiquei logo na lua 🙂
Uma captura que me deu um gosto especial pela dificuldade e pelo facto de as trutas não terem levado a melhor naquelas condições. Após a captura, nem voltei a lançar. A truta grande continuava debaixo dos ramos a olhar para mim e eu achei que um bom exemplar daqueles por dia era mais do que suficiente para mim.
Fiquei verdadeiramente impressionado com a concentração de grandes trutas que encontrei naquele local e que certamente são activos imprescindíveis para manter a densidade do Coura. Colocam um enorme desafio ao pescador mais experiente e são troféus de primeira qualidade para quem as consiga capturar. Gostei imenso daquilo que vi e penso que ainda lá voltarei mais uma vez este ano, para ver se alguma das mais pesadas se querem fazer ao isco … Para porem o carreto a chiar 🙂 🙂
Muito bom, já tinha pensado dar um salto ao rio coura, mas agora estou mais “picado” para ir!
ps: Cada vez mais adepto de catch&release.
Boas Mário,
realmente uma grande colher pede uma grande truta! excelente captura, os meus parabéns!!
um abraço
🙂 🙂
Lá correu bem!! Às vezes a sorte é do pescador!!
Abraço
Às vezes é ao contrário, uma grande truta é que pede uma grande colher 😀 boa truta abraço!