20 minutos em zona pouco profunda do Coura

20 minutos em zona pouco profunda do Coura




Mais um dia de Julho e mais uma passagem rápida pelo rio onde eu pesquei mais este ano: o Coura. Com as chuvadas que pautaram o início de temporada deste ano, o Coura acabou por se revelar como um destino de primeira categoria para a prática da pesca à truta, sobretudo nos troços mais a montante.

Para jusante, o problema da poluição acabou por limitar seriamente as minhas sessões de pesca, pois apesar de saber que a densidade de trutas era relativamente elevada nalgumas zonas concretas, fiquei sempre apreensivo sobre o efeito que a mesma poderia ter sobre os seres humanos (isto só andando nas margens ou tocando na água/trutas). Este problema, apesar dos alertas realizados aqui e noutros media, continua por resolver. Ainda há menos de uma semana passei pelo Coura e lá estão as mesmas poças de água amarela à espera de chuva para voltar a contaminar a sério os troços mais a jusante. Para já, a contaminação está a ser realizada a conta gotas, mas quando chegarem as primeiras chuvas de outono, as coisas mudarão de figura.

Enfim, deixando de lado esta questão, esta história de pesca incide sobre uma sessão rápida que realizei para jusante da concessão de pesca do Coura, num troço bastante reduzido. Como já ia de passagem para outro local, resolvi parar para uma leve refeição e para vinte minutos de pesca. O rio apresentava-se com um caudal reduzido e como tal meti a linha 0,12 e a Mepps Aglia nº1 na cana de 1,8 metros. Eram 13 horas, o dia estava quente e com algumas nuvens.

Os primeiros lançamentos saíram numa zona de seixo com pouca profundidade e logo vi as primeiras trutas de pequeno tamanho a seguir a colher. Levei os primeiros toques e verifiquei que havia alguma actividade da parte das trutas. Nos primeiros cinco lançamentos para a outra margem, vi sempre trutas a perseguir a amostra. No sexto, lancei mais para jusante a tentar meter a colher num pequeno buraco na outra margem. A colher caiu e mal começou a rodar já tinha uma truta presa. A truta era pequena, mas ajudada pela corrente ainda deu alguma luta. Lá a controlei com calma e muito rapidamente trouxe um belo exemplar de 19 centímetros até às minhas mãos. A primeira já cá cantava e foi rapidamente libertada!!

Truta em luta no Rio Coura

Depois desta captura, forcei um lançamento para montante por entre umas árvores. Comecei a recuperar, e quando a amostra vem a meio caminho, vejo duas trutas de tamanho razoável a arrancar como foguetes directas à amostra e reparo num exemplar com mais de 30 centímetros que arrancou tresloucado da minha margem também directa à amostra. Assustou as pequenas, deu duas voltas, mas não ficou convencida. Entretanto, e como se não lhe bastasse o que tinha feito, parou mesmo à minha frente a olhar para mim. Era uma linda truta, mas já não era para mim!!

Depois deste episódio e de ter afugentado a truta, que se deslocou lentamente para jusante, resolvi ir no seu encalço, sempre à procura da outra margem. Fui até onde pude, e já no limite, lancei para a outra margem e ainda tive uma truta de 20 centímetros cravada, mas soltou-se. Como senão bastasse, num lançamento realizado para jusante, junto à minha margem, atraio uma truta de 40 centímetros que veio a seguir a colher até aos meus pés 🙂 Impressionante … Topou-me quando a colher saiu da água. Nem voltei a insistir. O dia estava a ser delas.

Para terminar a sessão, ainda voltei ao sítio de partida e avancei um pouco mais para jusante. Nesses 5 minutos, fiz 20 lançamentos, tive 10 toques e só tirei uma truta pequena. Só as trutas pequenas é que se deixavam enganar. Afinal, já estávamos no fim da temporada e era natural que assim fosse.

No global, fiquei mais uma vez muito bem impressionado com o cenário no Coura e com as perspectivas que se abrem para a próxima época. Senão houver poluição, nem problemas com furtivismo, certamente que nos aguarda uma temporada de 2014 muito superior à de 2013 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.