O ano passado tive a oportunidade de realizar algumas boas pescarias no rio Ovelha e como tal as saudades de lá voltar eram mais do que muitas. Perante uma tarde livre, não deixei passar a oportunidade e resolvi fazer o trajecto até ao Marco de Canaveses para comprovar como estavam as trutas do Ovelha!!
O dia escolhido não foi claramente o melhor, pois a temperatura estava relativamente elevada e o céu limpo. Tratava-se de um daqueles dias típicos de Primavera em que as trutas estão a comer, mas sempre bastante desconfiadas e pouco activas no que toca a correr atrás da amostra. Enfim, era o que se podia arranjar e portanto havia que coar água 🙂 🙂
Dentre as várias opções que tinha, resolvi pegar na que me tinha deixado mais água na boca na última vez que parei no Ovelha. Iria atacar o troço mais baixo do Ovelha, apostando no material de heavy spinning (cana de 1,8 metros, linha 0,18 e colher nº3) e investindo sobretudo num açude com bastante potencial. Era ali que eu poderia safar o dia.
Para evitar espantar os peixes que estivessem na proximidade do açude, resolvi fazer o troço para montante até à queda de água. Começaram a sair os primeiros lançamentos. Na primeira zona com alguma profundidade, vejo um cardume com cerca de 7 barbos, todos com cabedal superior a meio kilo. Estavam à espera do que saía da corrente. Ainda lancei várias vezes a colher para o local, mas apenas se afastavam dela.
Depois de insistir, resolvi progredir para montante, entrando numa zona de corrente mais rápida e de areão. Bati mais de 200 metros sem toque, até que cheguei a um muro lateral aonde a corrente se tornava mais profunda. Lanço 30 metros para montante, começo a recuperar e sinto um toque na amostra, procuro ver o que é e vejo uma sombra pouco nítida a fugir. Não consigo identificar, mas pelo toque ainda tinha algum tamanho.
Já sem grande profundidade, avanço directo para o açude. O primeiro lançamento é realizado o mais longe possível. A amostra cai, começo a recuperar e a meio caminho vejo um vulto a seguir a amostra. Era uma truta e em velocidade de cruzeiro. Afrouxo a recuperação, a truta está quase na areia, chega-se à amostra, abre a boca, eu cravo e ela salta para fora de água. Acaba por cair mesmo na areia. Nem foi preciso luta. Foi só apanhar uma linda truta de 27 centímetros. A primeira da tarde!!
Entusiasmado por esta captura, resolvi bater o açude ao milímetro. Malhei durante mais de 10 minutos no local. Já sem grande expectativa, realizo um lançamento curto, mesmo para o muro do açude, a amostra vai a cair e antes mesmo de cair vejo algo a levantar-se da água e apanhá-la em plena queda. Puxo a cana para trás e sinto pressão do outro lado. A truta arranca para esquerda, depois arranca para a direita e depois salta no ar. Um lindo exemplar que aparentava estar bem cravado – apanhou a colher em pleno voo!! Lá a trabalhei durante dois minutos e quando a pus aos meus pés, puxei-a para a areia. Um lindo exemplar com 30 centímetros.
Como não há duas sem três, voltei a insistir no açude. Quarto lançamento para o canto esquerdo do açude, começo a recuperar e a linha deriva para a direita. Depois segue-se aquilo que aparece no vídeo abaixo:
Uma linda truta de 32 centímetros. O maior exemplar a sair, já depois de duas terem feito estardalhaço dentro de água e na mesma zona.
Com esta última captura, ainda fiquei mais 5 minutos no açude, mas não houve mais novidade. Achei que já tinha tido a minha conta por ali e havia que tentar novos locais mais para montante.
A pescaria ainda continuou, mas sem a exuberância do que se passou no açude. Notei que este ano o Rio Ovelha apresenta uma menor densidade de trutas relativamente ao ano passado, pelo menos pareceu-me. Ainda bati 6 ou 7 quilómetros de rio, mas apenas vi duas trutas com a medida e mais 3 ou 4 sem. Pode ter sido apenas do dia, mas não fiquei muito bem impressionado. Estou à espera de mais uma oportunidade para tirar as teimas. Se tudo correr bem, num dia de chuva 🙂 🙂
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