Final de temporada no Rio Minho …

Final de temporada no Rio Minho …

Dia 31 de Julho de 2014. Último dia da temporada geral de pesca às trutas em Portugal e também último dia de pesca às trutas no Rio Minho. Apesar de o dia 31 calhar durante a semana, consegui alterar o meu horário de trabalho para tirar o dia. Não podia falhar ao fecho da temporada, da mesma forma que não posso falhar também às aberturas.

Sem grandes preocupações de realizar uma grande pescaria no último dia, descuidei-me nas horas e acabei por chegar ao rio Minho por volta das 8 horas da manhã. O dia estava com muito sol e algum calor, e como tal não me parecia que fosse um dia para capturar trutas a sério. Mas também a captura era o que menos interessava num dia que ia fechar mais uma grande temporada marcada por um bom ano de chuva e por inúmeras capturas de bom tamanho, especialmente do lado da Covilhã, onde os grandes Mota e Barata não deram tréguas aos grandes exemplares!! Para mim, e em termos de trutas acima de kilo, foram os campeões deste ano!!

Mas voltando ao Minho, mal cheguei verifiquei que o caudal estava baixo. A barragem Espanhola estava com débito mínimo. Peguei no material de heavy spinning e fiz-me ao rio, enquanto ainda existiam sombras sobre a água. Pensei que ali é que poderiam estar alguns exemplares.

Os primeiros lançamentos saíram em zona de corrente e poços. Bem insisti, mas em cerca de meia hora, não vi sequer um peixe. Parecia que ia ser mais um dia a coar água. Mesmo nas zonas com sombra, não se notava toque de peixe. E a sombra estava a desaparecer …

Com a primeira corrente feita, resolvi avançar para a segunda numa zona de seixo grande. A corrente ficava no topo de uma sequência de poços profundos que eu ia bater a seguir. Dois primeiros lançamentos para a cabeça da corrente e nada. Terceiro lançamento perpendicular a caminho da outra margem, começo a recuperar e mal a colher entra em rotação, sinto um toque. Tento cravar a truta, mas não consigo. Pelo puxão na linha, já era uma truta com algum tamanho. Pelo menos, já tinha tido um toque!!

Depois deste primeiro sinal, avancei ligeiramente para montante. Outro lançamento para a outra margem, começo a recuperar e sinto um toque. Desta vez, cravo a sério e consigo por a truta em situação complicada. Ela bem tentou fugir de várias formas, mas a qualidade do fio e o seu pequeno tamanho não facilitaram as manobras. Em poucos menos de um minuto, já estava nas minhas mãos para a foto. Uma linda truta do Minho de 25 centímetros. Um exemplar que quebrou o enguiço e que rapidamente voltou ao seu ambiente natural em boas condições.

Truta 25 cm Rio Minho 31 Julho 2014

Depois desta captura, entrei numa zona de poços bem profundos com alguma corrente sustentada e onde a marcha não era nada fácil. Claramente um local onde os pescadores ao spinning só podiam entrar com segurança em dia seco, pois as grandes pedras e o declive das mesmas era bastante propício a grandes quedas em dia de chuva. Um bom sinal para poder encontrar trutas menos picadas.

E assim foi. Nesse local, consegui fazer quatro capturas em cerca de 2h30 horas e ainda tive mais cinco toques. As trutas não eram muito grandes, mas proporcionaram momentos de emoção e algumas boas fotos. A maioria estava nas zonas de maior corrente e onde a oxigenação era mais notória.

Truta 20 cm Rio Minho 31 Julho 2014

No global, este troço acabou por ser uma agradável surpresa. Eu já tinha observado a movimentação das trutas neste local em dia de chuva, mas não me tinha posto a pescar por questões de segurança. Desta vez, não perdoei e fiquei bastante satisfeito com o que vi. Uma boa densidade de trutas comuns que me dá segurança de que para o ano vamos ter uma população saudável de trutas neste local.

Truta 22 cm Rio Minho 31 Julho 2014

Por volta das 13 horas, acabei a pescaria neste local e avancei para outra zona. Fui para a zona da Lapela à procura de alguma truta marisca ou de algum salmão que andasse a brincar com a maré. Ali, deparei-me com o cenário oposto. Nem sinal de trutas e estava tudo com um aspecto muito batido.

O único aspecto de nota foi uma truta com cerca de 40 cm que vi na foz do rio Gadanha. Um excelente exemplar que fica para o ano. Via-se mesmo que já estava habituada aos pescadores e que precisava muita chuva para ser enganada … Só para o ano 🙂 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.