Depois de uma manhã bem passada no Rio Coura, estava na altura de decidir sobre a parte da tarde do dia da abertura da pesca às trutas. Depois de muito ponderar, antecipei que o Rio Lima seria uma boa opção para tentar a sorte por duas razões: primeira, o rio tem um caudal bastante largo, portanto existe sempre a possibilidade de algumas trutas não terem visto qualquer pescador, mesmo após algumas horas de pesca, e segunda, quase de certeza que a Barragem de Touvedo iria estar a trabalhar durante a tarde, tornando as condições de pesca complicadas para quem não conhece bem o Lima, assim eu tinha a impressão que as poucas trutas acessiveis iriam estar em áreas especificas que eu já conhecia.
De Covas a Ponte da Barca, foi cerca de uma hora de viagem. Quando cheguei ao local, tive logo a oportunidade de ver que carros e pescadores não faltavam nas margens, mas também vi que as coisas estavam extremamente dificeis, pois o débito da Barragem era impressionante. Bem restava-me tentar encontrar as poucas trutas que estariam em pequenos remansos junto das margens ou por entre as árvores. Tentar pescar ao centro do rio era impossivel, pois a amostra não conseguia baixar o suficiente para entrar na linha de alimentação das trutas que estavam nas correntes mais fortes. Ainda pensei em utilizar a X-Rap, mas rápidamente mudei para a Vibrax nº2. As condições só permitiam iscos pesados e com o máximo de capacidade vibratória dentro de água.
Arranquei para jusante, pescando então nos buracos por entre as árvores. Era mais caminhar pela margem do que pescar, já que poucos eram os locais onde se podia lançar. Já passada meia hora, começo a entrar numa zona mais calma onde o rio se divide em dois e onde eu tenho árvores bastante altas inclinadas sobre o rio. Lá consigo lançar por entre alguns ramos e quando a amostra vem a chegar perto da árvore, sinto uma pancada impressionante na colher. Quase que me arrancava a cana da mão! Era uma boa truta e entrou de uma forma voraz! Comecei a sentir que era preciso controlar o peixe e quando menos espero, ela salta fora de água … mais de 35 cm de bela truta … e a colher voa na direcção oposta. Fiquei cego … ali tinha ficado a melhor truta do dia 🙂 !!
Sem hesitar muito, voltei a insistir na proximidade do mesmo local, deslocando-me calmamente para jusante por entre uma vegetação quase instransponivel. Mais uma vez, entro num buraco por entre as árvores, lançamento para o centro, começo a recuperar e mais uma pancada … desta vez uma truta de menor tamanho, mas nem sequer chegou a cravar. Assim não! Condições super dificeis e as poucas oportunidades desperdiçadas.
Ainda fui um pouco mais para jusante, mas passada meia hora, resolvi voltar ao ponto de inicio. Tinha decidido bater um troço bastante sujo para montante. Entrei logo à cabeça do açude e mal faço o primeiro lançamento sinto uma pancada e um peso na cana. Era uma truta ou não? A corrente estava tão forte que podia ser qualquer coisa … Quando a amostra começa a chegar mais perto vejo uma truta a debater-se. Não era muito grande, mas com a corrente a favor ainda dava trabalho :). Lá a consegui trazer até à margem e tive oportunidade de apreciar mais uma beleza do Lima … já tinha saudades. Mas foi só ver, porque rápidamente a devolvi à água.
Com esta captura ainda animei e fui batendo para montante. As margens estavam muito mais sujas do que para jusante e era quase impossível lançar. Em cada 100 metros fazia-se um lançamento e ainda por cima comecei a ver algumas pegadas do dia junto da margem. Com este cenário e sem toques, rápidamente comecei a perder o folego e a dar o dia por terminado.
Tinha sido uma abertura em grande! Depois da boa manhã no Coura ainda vim desfrutar de algumas peripécias interessantes com as trutas do Lima. Tirei uma e deixei fugir outra que me deixou água na boca.
Assim, se cumpriu a tradição em 2011 🙂
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