Outra vez no Coura …

Outra vez no Coura …


Depois de uma jornada de manhã no Rio Mouro, entrei no vale do Coura pela zona de Paredes de Coura e como tal, fui acompanhando o rio em toda a extensão. Como era de esperar, não faltavam pescadores nas margens do rio e fui tentando procurar um local para tentar lançar o isco. Entrei em dois buracos na Barragem de Covas, mas sem resultado. Comecei com rapala, mas depois mudei para uma colher Mepps Aglia nº1. Vi duas trutas na corrente, em pouca água e sobre um fundo de areia. Uma de 20 centímetros e a outra de 27 centímetros. Viram-me logo e portanto deu apenas para mostrar-lhes a amostra em frente ao nariz. Viraram as costas e até à próxima 🙂

Depois disto, avancei exactamente para o local onde fiz a abertura. Meti rapala e tirei o rapala em menos de 10 minutos, metendo a Mepps outra vez. A corrente estava mais forte do que no dia anterior. O débito da barragem tinha aumentado e estava difícil tentar as trutas. Ainda passou por mim um pescador à minhoca que me disse que não tinha tirado nada e que o colega tinha tirado duas. Apesar de ter perdido a esperança, avancei um pouco mais para o local donde ele vinha. Tinha visto uma truta por ali nos dias anteriores, e estava na altura de ver o que se passava. Lançamento para montante e para o centro do rio, a uma distância de 20 metros, começo a recuperar. Sinto uma leve tensão na linha, mas a amostra liberta-se e continua a funcionar normalmente. Quando a linha está a menos de 5 metros de mim, sinto um puxão forte, a cana dobra e eu cravo uma truta de cerca de 29 centímetros. Ela salta fora de água, corre para cima e para baixo e começa a enrolar o fio à volta da cabeça. Entretanto, tinha metido o 0,12 para a Mepps nº1. Como estava em zona de corrente, a luta era intensa e estava a ter dificuldades em dominar o peixe, até porque o camaroeiro tinha ficado no carro. Lá a consegui cansar e depois levantei-a com calma a peso. Deitei-lhe a mão e preparei o telemóvel para lhe tirar uma foto. Tinha agarrado a truta pela boca e quando vou para tirar o telemóvel, ela começa a contorcer-se com força, corta-me o dedo, parte a linha e foge para dentro de água. Um lindo serviço!! É que nem a amostra ficou!! Enfim, pura estupidez e excesso de confiança .. tudo para tirar a foto … Fiquei de tal maneira chateado, que a pesca ali acabou logo. Siga para outro local mais a jusante!!!

Ia então a descer o rio em direcção à foz, quando resolvi parar. Ali pareceu-me ser um bom sítio para alguns lançamentos. Nem peguei no cesto de pesca. Entrei logo numa linha de água que desembocava no Rio Coura. Estava ali um pequeno poço com umas árvores caídas. Era o local ideal para tentar um exemplar decente. Primeiro lançamento, nada. Segundo lançamento, nada. Terceiro lançamento para o meio dos ramos da árvore caída, começo a recuperar e de repente a cana dobra toda. Cravo instintivamente e vejo uma boa truta a saltar fora de água. Como estava com 0,12, deixei-a fazer as corridas iniciais e ela começou a enrolar-se. Lá a trabalhei com calma e quando vi que começava a apresentar sinais de cansaço, arrastei-a lentamente até ao areão onde me encontrava. Tinha capturado uma linda truta de 26 centímetros.

Truta 26 cm Rio Coura 2013

Esta captura animou-me e resolvi logo fazer mais um troço para montante. Fui lançando com calma a Mepps Aglia à procura de mexer algum exemplar que estivesse mais desprevenido. E não tardou muito! Mais à frente numa zona de corrente funda, lanço para a outra margem e ligeiramente para montante, começo a recuperar e vejo uma boa truta de cerca de 23 centímetros a olhar para mim quando a amostra sai fora de água. Mais 5 metros para a frente, e outra truta mais pequena com o mesmo comportamento.

Perante isto, resolvi forçar ainda mais os lançamentos. Lanço muito mais para montante e tento colar o isco à outra margem. Começo a recuperar e quando a amostra entra no veio central da corrente, sinto uma pancada e vejo um reflexo a brilhar na água. Levanto a cana, e vejo uma truta a arrancar para jusante com a colher na boca. Tento segurá-la e ela começa a dar luta. Afrouxo um pouco o carreto e deixo-a levar fio de forma controlada. Quando a sinto a dobrar sobre a linha e já sem grande força, puxo-a para perto de mim e deito-lhe a mão. Tinha capturado mais um excelente exemplar de 25 centímetros.

Truta 25 cm Rio Coura

Com esta captura ainda fiquei mais entusiasmado, mas já pouco podia fazer porque o dia estava a chegar ao fim. Ainda pesquei mais 300 metros para montante até chegar a uma zona de difícil acesso, mas sem resultados. Aliás, nem uma truta vi.

O dia já estava ganho. Depois de uma azelhice monumental no inicio da tarde, ainda corrigi a mão. Tinha tirado duas trutas de qualidade e num sítio com alguma dificuldade. O rio Coura continuava a patrocinar grandes pescarias e exemplares de muito boa qualidade …

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.